Essa modalidade não depende de invasão de conta ou falha técnica: ela se apoia na manipulação da vítima, que transfere valores acreditando estar pagando por algo real.
Os golpistas utilizam engenharia social, perfis falsos, urgência emocional e ofertas atraentes para induzir o pagamento imediato. Em geral, o contato é feito por WhatsApp, redes sociais, e-mail ou sites falsos — sempre com uma aparência de confiança.
Após a transferência, o criminoso corta o contato ou apresenta novas desculpas para continuar extraindo dinheiro da vítima.
📲 Mais de 70% dos contatos iniciais dos golpistas ocorrem via aplicativos de mensagem instantânea
Fraudes que utilizam o PIX como meio de pagamento têm padrões recorrentes. O golpista precisa que a vítima transfira o valor rapidamente, sem pensar, sem verificar e sem consultar ninguém.
Para isso, utiliza estratégias como urgência artificial, ofertas fora da realidade e, principalmente, pressão psicológica direta.
Conhecer esses sinais pode ser a diferença entre cair em um golpe ou evitar um prejuízo grave.
Criminosos costumam simular um senso de pressa para impedir qualquer análise mais cuidadosa. Essa estratégia de urgência emocional é intencional: quando o tempo é curto, a vítima tende a obedecer sem questionar. Exemplos comuns:
“É a última unidade, se não fizer o PIX agora, vou repassar para outro.”
“A oferta termina em 10 minutos.”
“Estou com pressa, preciso que você decida já.”
Descontos muito acima do padrão de mercado, condições que parecem boas demais ou propostas sem nenhuma garantia formal devem gerar desconfiança imediata.
Sinais típicos:
Produtos de alto valor com mais de 50% de desconto
Ofertas sem nota fiscal ou contrato
Propostas de quitação ou portabilidade com valores simbólicos
Investimentos com retorno garantido, rápido e elevado
A manipulação emocional pode ocorrer de três formas principais: ameaça direta contra a vítima, exploração da empatia ou promessa de ganhos imediatos. Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: induzir a transferência via PIX sob forte carga emocional.
1. Pressão direta sobre a vítima
O golpista assume um papel de autoridade — como suposto advogado, empresa, escritório de cobrança ou órgão oficial — e ameaça com consequências graves caso a transferência não seja feita imediatamente.
Exemplos:
“Se você não pagar agora, vamos negativar seu CPF e bloquear suas contas.”
“Já fizemos a operação no sistema. Se não pagar, vamos registrar que você está em fraude.”
“Seu nome será incluído no SPC e Serasa ainda hoje.”
“Já estamos preparando um boletim de ocorrência contra você.”
2. Pressão por empatia
Nesse tipo de abordagem, o criminoso se faz passar por alguém em situação vulnerável para provocar compaixão e induzir o pagamento.
Exemplos:
“Minha filha está no hospital, estou desesperado.”
“Estou sem dinheiro para comida, me ajuda com esse PIX.”
“Se você não pagar, perco a vaga no leilão que é minha única chance.”
3. Pressão por euforia ou promessa de ganho
Aqui, a manipulação se baseia no desejo da vítima de resolver um problema, lucrar ou aproveitar uma oportunidade imperdível. O discurso é carregado de otimismo, autoridade aparente e urgência.
Exemplos:
“Esse investimento dobra em dois dias, mas precisa entrar agora.”
“Você foi selecionado para uma oportunidade exclusiva, só falta o depósito.”
“Com esse pagamento, quitamos toda sua dívida por 10% do valor. Só hoje.”
A maioria dos golpes com PIX depende de decisões rápidas e falta de verificação. Com atenção a alguns detalhes, você evita prejuízos e não cai em armadilhas.
Desconsidere documentos enviados por quem está vendendo
Conheça situações reais que exemplificam como golpes envolvendo o PIX como meio de pagamento são aplicados. Os detalhes revelam padrões claros de fraude, e os sinais de alerta ajudam a reconhecer e evitar armadilhas semelhantes.
Um investidor foi incluído em um grupo de mensagens sobre “oportunidades exclusivas em ativos digitais”. O suposto especialista enviava gráficos, certificados forjados e simulações de retorno. Após breve conversa, orientou a vítima a criar conta em uma plataforma desconhecida — apresentada como segura e “fora dos bancos tradicionais”.
Os depósitos eram feitos via PIX para CPFs de terceiros, com a justificativa de que seriam “doleiros autorizados” ou “intermediários de câmbio”. Ao enviar os comprovantes, o saldo aparecia instantaneamente na plataforma — mas tudo era simulado. O crescimento dos valores na interface visual criava confiança para novos aportes. A vítima acreditava estar lucrando, até que solicitou o resgate… e foi ignorada.
Sinais que identificaram o golpe:
A vítima recebeu uma ligação do número que, aparentemente, era o mesmo do banco onde possui conta. O atendente se apresentou como gerente de segurança e informou que havia uma tentativa de fraude ativa. Com linguagem técnica e tom de urgência, solicitou colaboração imediata para evitar “prejuízos irreversíveis”.
Durante a chamada, o golpista conduziu a vítima a:
No momento em que a vítima percebeu que havia sido enganada, o saldo já havia sido esvaziado via múltiplos PIX.
Sinais que identificaram o golpe:
Golpes com PIX não significam perda definitiva. A legislação brasileira garante mecanismos para contestar, bloquear e recuperar valores em caso de fraude.
Lei nº 14.132/2021
Regulamenta o sistema de pagamentos instantâneos (PIX).
Resolução BCB nº 195/2022 – MED
Cria o Mecanismo Especial de Devolução, que permite o bloqueio e possível devolução dos valores transferidos por golpe.
Código de Defesa do Consumidor
Bancos são responsáveis por falhas de segurança e omissão diante de fraudes.
Criado pelo Banco Central, o MED permite bloquear valores recebidos via PIX em contas suspeitas.
Se a fraude for confirmada, os valores podem ser estornados à vítima.
Funciona assim:
Bancos devem agir com diligência e segurança. Quando falham:
Saiba como funciona o passo a passo para recuperar valores perdidos em golpes com PIX.
O primeiro passo é reunir os documentos que comprovam a fraude e acionar o Mecanismo Especial de Devolução (MED) junto ao banco.
Esse procedimento pode levar de 1 a 2 dias úteis e deve ser feito com atenção aos prazos.
Documentos necessários nessa etapa:
Boletim de Ocorrência
Comprovante da transferência via PIX
Prints de conversas, anúncios e perfis utilizados no golpe
Dados bancários da vítima e da conta de destino
Protocolos de atendimento com os bancos
O MED é um mecanismo oficial do Banco Central que permite o bloqueio e análise dos valores transferidos em casos de fraude.
Após acionar o MED, é essencial contar com orientação jurídica. Um advogado especializado em fraudes e golpes envolvendo PIX poderá avaliar o seu caso com base técnica e indicar os caminhos legais disponíveis.
Você pode entrar em contato com um profissional de sua confiança. Ou, se preferir, clique abaixo e fale diretamente com um advogado do nosso time:
Se optar por conversar com nossa equipe, seu caso será analisado de forma individual. Avaliaremos os documentos, os prazos, a postura dos bancos e a viabilidade de medidas administrativas e/ou judiciais.
Ao final dessa análise, você receberá uma proposta clara com as possibilidades de atuação e o plano jurídico recomendado.
Caso você decida seguir com a solução apresentada, a atuação é formalizada por meio de:
A partir disso, damos início às medidas cabíveis, como bloqueios judiciais, rastreamento de valores e responsabilização das instituições envolvidas.
Medidas simples aumentam muito sua segurança. Adote essas práticas e reduza os riscos de cair em fraudes com transferências instantâneas.
Defina um valor máximo por dia e por horário. Isso evita perdas maiores em caso de golpe ou acesso indevido.
Restringir transferências em horários noturnos ou fora do expediente é uma proteção adicional.
Ative a verificação em duas etapas no app do banco e em outros aplicativos financeiros. Nunca deixe essa função desativada.
Mantenha seu celular e aplicativos sempre atualizados. Versões antigas têm falhas conhecidas.
Use um antivírus ativo e atualizado, especialmente se costuma acessar links ou baixar arquivos pelo celular.
Use senha forte, biometria e bloqueio automático. Evita acessos não autorizados em caso de perda ou roubo.
Verifique nome, CPF/CNPJ e instituição do destinatário. Nunca transfira sem checar.
Não realize transações bancárias em locais com Wi-Fi aberto. Use sua rede móvel sempre que possível.
Só escaneie códigos de estabelecimentos ou fontes conhecidas. QR Codes são usados com frequência em golpes de redirecionamento.
Entenda seus direitos e o que fazer, passo a passo, se foi vítima de um golpe com PIX.
Pode ser, sim. Mesmo quando o cliente autoriza a transferência, se houver fraude, uso de contas de laranjas, falha de segurança ou omissão após notificação, o banco pode ser responsabilizado judicialmente com base no Código de Defesa do Consumidor.
A contestação deve ser feita o quanto antes, preferencialmente nas primeiras 24 horas após o golpe. Esse é o prazo ideal para tentar o bloqueio via Mecanismo Especial de Devolução (MED). O prazo máximo de resposta ao consumidor, segundo o CDC, é de 30 dias.
Sim. O B.O. é essencial para formalizar a fraude, acionar o banco corretamente e subsidiar qualquer medida judicial. Sem ele, a vítima pode ter dificuldades para comprovar a boa-fé e o momento da descoberta.
Após a tentativa administrativa com os bancos, se não houver devolução, o caso pode ser levado à Justiça. O processo pode envolver:
Investigação do caminho do dinheiro e identificação dos responsáveis
Cada caso é analisado de forma individual por um advogado especialista.
Siga estes passos imediatamente:
Consulte um advogado especialista para avaliar a viabilidade de ação judicial
O processo tem quatro etapas:
Formalizar medidas judiciais, se necessário
Cada etapa exige atenção aos prazos e à documentação.
Depende do caso. O MED pode oferecer retorno em até 7 dias corridos, mas se for necessário acionar o Judiciário, o prazo varia conforme o andamento do processo. Há decisões favoráveis em caráter liminar, especialmente quando há valores localizados.